quarta-feira, 19 de junho de 2013

Quadro é quase crítico

O Fórum Econômico Mundial classifica o Brasil no 134º posto entre 142 nações, quando o assunto é infraestrutura de transporte aéreo. Entre os BRICs, o Brasil é o último colocado.
Ronaldo Jenkins, diretor de segurança e operações da Associação Brasileira das Empresas Aéreas (Abear) diz que pistas e pátios de estacionamento nos principais aeroportos precisam de expansão urgente. Tendo como referência a convenção mundial - de que é considerada crítica uma pista com mais de 150 mil procedimentos anuais de pouso e decolagem -, Guarulhos, por exemplo, terá ultrapassado essa referência em 2014 se concretizada a previsão de 333 mil movimentos em suas duas pistas naquele ano. Até 2020, os aeroportos de Brasília, Campinas, Confins, Porto Alegre e Recife, Curitiba e Salvador também estarão operando acima do limite.
Entre os 15 maiores aeroportos do país, apenas três - Viracopos, Natal e Recife - não estarão com seus pátios congestionados já em 2016. "Não podemos ficar parados, esperando o estrangulamento para depois agir", diz. Um novo aeroporto, caso a situação exija, leva sete anos para ser erguido.
O economista Gesner Oliveira, coordenador de um estudo da Fundação Getúlio Vargas (FGV) sobre investimentos e competitividade aeroportuária, diz que a demora do governo em optar pelo modelo de concessões fez o país perder uma janela de oportunidade, que está chegando ao fim, marcada por uma grande liquidez financeira no mercado internacional, recursos que poderiam já ter promovido as melhorias na infraestrutura necessárias.
Por outro lado, o crescimento da demanda torna os principais aeroportos brasileiros atrativos para o investidor. Além disso, o governo, na avaliação de Oliveira, agora conta com um planejamento de expansão adequado e um satisfatório marco regulatório.
Segundo especialistas, a solução para a crise de infraestrutura na área da aviação civil pode estar na modernização dos aeroportos regionais. "Poderá mudar a trajetória do desenvolvimento econômico do Brasil", afirma Francisco Lyra, diretor da consultoria C-Fly Aviation e presidente da Abag (Associação Brasileira de Aviação Geral). Para o presidente da Associação Brasileira das Empresas de Transporte Regional, Apostole Chryssafidis, a medida tem o mérito de corrigir o processo de crescimento assimétrico dos transportes aéreos, uma vez que apenas São Paulo, Belo Horizonte e Rio de Janeiro geram mais de 50% do tráfego de todo o país. (DZ)


© 2000 – 2012. Todos os direitos reservados ao Valor Econômico S.A. . Verifique nossos Termos de Uso em http://www.valor.com.br/termos-de-uso. Este material não pode ser publicado, reescrito, redistribuído ou transmitido por broadcast sem autorização do Valor Econômico.

Leia mais em:
http://www.valor.com.br/brasil/3164636/quadro-e-quase-critico#ixzz2WgAxsQ92

Nenhum comentário:

Postar um comentário

De a sua opinião sobre os temas discutidos neste encontro:

Observação: somente um membro deste blog pode postar um comentário.